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A historia da cerveja – Parte 2. Importância na antiguidade

  • Foto do escritor: Matheus Felipe Braga
    Matheus Felipe Braga
  • 28 de fev. de 2017
  • 3 min de leitura

Após o surgimento da cerveja na suméria, outros povos antigos nas proximidades foram adotando a produção e popularizando a bebida. A cerveja naquela época, mesmo ainda sendo um produto rudimentar, fazia muito sucesso por ter abundancia de matéria prima. A cada tentativa de aprimoramento, temperos assim como o zimbro, mel, tâmaras, lúpulo, entre outros, para gerar sabores mais agradáveis, foram aderidos ao processo. Não demorou muito para várias tabernas surgirem.

Não muito distante, povos tribais, migraram aos poucos para as margens do rio Nilo, e começaram a construir uma sociedade mais centralizada, com avanços significativos na economia agrícola. Um ponto importante que levou a cerveja se destacar. A economia girava com a cerveja como moeda de troca, os serviços e produtos eram pagos em cerveja, e essa prática foi se tornando mais comum com o passar do tempo. Os egípcios e sumérios evoluíram e começaram a exportar cerveja. Com o decorrer do tempo, tiveram necessidade de registrar tudo o que saia e entrava nos negócios de exportação de cerveja. Com isso esses povos começaram a criar símbolos padronizados para a identificação do que se estava fazendo, e acaram por criar e aperfeiçoar ao longo do tempo a escrita (o que em teoria, é bem aceito afirmar tal fato. Mas, ainda não é uma teoria totalmente comprovada, existe dúvida se foram os egípcios e sumérios, ou os maias que criaram a escrita primeiro).

Passando-se tempo, foram adotadas algumas regras. “O Código de Hammurabi”, talvez o primeiro exemplo do conceito legal de que algumas leis. Tão básicas que mesmo um rei não pode modificá-las. Ao escrever as leis na pedra, elas se tornaram imutáveis. Este conceito existe em vários sistemas jurídicos modernos e deu origem à expressão em língua inglesa written in stone (escrito na pedra). Este documento teve grande importância, e a estrutura socioeconômica também tinha seu peso no código, contando com 281 artigos a respeito de relações de trabalho, família, propriedade e escravidão. Entre essas leis encontrava-se uma, que estabelecia ração diária de cerveja, ração essa que dependia do estatuto social de cada indivíduo. Por exemplo, um trabalhador normal receberia 2 litros por dia, um funcionário público 3 litros, enquanto que os administradores e sacerdotes receberiam 5 litros por dia. Outra lei tinha como objetivo proteger os consumidores da cerveja de má qualidade. Ficou assim definido que o castigo a aplicar por se servir má cerveja seria a morte por afogamento. A cerveja era realmente levada muito a sério naquela época.

A cerveja fazia parte base da dieta alimentar, tanto dos babilônios como os egípcios, e também servia como medicamento para variados tipos de doenças. Um documento médico, datado de 1600 a.C. e descoberto nas escavações de um túmulo, descreve cerca de 700 prescrições médicas, das quais 100 contêm a palavra cerveja. A sua importância é também visível nos aspectos religiosos da cultura egípcia. Nos túmulos dos seus antepassados, para além dos artefatos habituais como incenso, joias e comida, era comum encontrar provisões de cerveja. E em casos de calamidade ou desastre natural, era frequente a oferta de grandes quantidades de cerveja aos sacerdotes de forma a apaziguar a ira dos deuses.

A extrema relevância da cerveja para os egípcios refletia-se não só na existência de um alto funcionário encarregado de controlar e manter a qualidade da cerveja produzida, como também na criação de hieróglifos extras, que descrevessem produtos e atividades relacionadas com a cerveja. Ramsés III (1184-1153 a.C.), muitas vezes designado por "faraó-cervejeiro", doou aos sacerdotes do Templo de Amón 466.308 ânforas (cerca de 1.000.000 litros) de cerveja proveniente das suas cervejarias. Curiosamente, existem alguns povos que vivem ao longo do Nilo que ainda hoje fabricam cerveja num estilo muito próximo ao da era faraónica.

 
 
 

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Matheus Felipe Braga

Idealizador e editor do Diário do Cervejeiro, Sommelier de Cervejas, Cervejeiro Profissional Formado, Engenheiro de Produção.

matheuscervejeiro@gmail.com

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