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A história da cerveja - Parte 1. Quem a inventou

  • Foto do escritor: Matheus Felipe Braga
    Matheus Felipe Braga
  • 14 de fev. de 2017
  • 4 min de leitura

Historiadores vem pesquisando continuamente sobre nosso passado. Tentando descobrir nossas origens e as origens de todas as coisas que inventamos e possuímos atualmente. Há muita pesquisa relacionada ao tema cerveja hoje em dia, como foi inventada, onde e por quem. Para ser possível explicar melhor, temos que ir mais além. Uma viagem no tempo que não só explica a bebida, mas sim, o desenvolvimento humano como um todo.

A teoria mais bem aceita na atualidade é de que, a muito tempo, quando ainda éramos nômades. Vivendo sem local fixo, perambulávamos sem rumo definido sob procura constante dos alimentos que caçávamos pelo caminho. Ainda não explorávamos grande parte do mundo, pelas nossas limitações com respeito ao frio, fome e sede. Haviam maiores chances de sobrevivermos em locais mais quentes e com fauna mais abundante. Começávamos a compreender o que podia ser manipulado. Descobrimos o fogo, e sua grande vantagem em cozinhar comida, aquecer nossos corpos do frio, além de afastar inimigos durante a noite, nos dando segurança, conforto e saúde. Também descobrimos o bom uso de objetos para proteção, dando-nos oportunidade de caçar animais maiores e proteger do perigo.

Há quem diga que foi nesse período, que se começou a descoberta da talvez mais antiga bebida alcoólica do mundo, o Hidromel. Teorias apontam que esta bebida de simples produção, fora a primeira dentre muitas. É possível e plausível que, uma simples inundação tenha derrubado e encharcado algumas colmeias, diluindo o mel em água que se aglomerava em poças no chão, e assim, com o tempo, iniciando-se o processo natural de fermentação alcoólica. Algum tempo sem novas chuvas depois, algum nômade com sede, possa ter chegado, bebido da mesma, e por fim se embriagado. O fato deve ter feito sucesso entre a comunidade nômade, que se espalhou. Tempos depois, com mais ocorrências, e observações do que estava acontecendo, os mesmos devem ter se perguntando, “como pode brotar agua doce do chão?”, “como esta agua doce pode nos deixar tontos e alegres?”. Após muita observação, certamente encontraram a resposta, e com ela, seu método de produção pode ser dominado. Porém, colmeias sempre nos apresentaram perigos e não continham um número significativo de mel, então, embora a bebida existisse, podemos imaginar porque não atingiu tamanha popularidade.

Com o passar do tempo, estes nômades, decidiram parar por maiores períodos em locais que dispunham de maiores facilidades para a sobrevivência, geralmente locais próximos a rios, onde a vida se torna mais fácil. Com isso, tivemos um grande avanço tecnológico, chamado agricultura. Agora além de caçar, podíamos plantar, e domesticar a fonte de alimento.

Foi na Mesopotâmia, em aproximadamente 10 mil anos A.C., onde tínhamos climas mais quentes, favorecendo a proliferação da vida, que começamos a plantar e a construir civilizações. A primeira delas, os sumérios, se situavam em uma região de encontro a três grandes rios: Nilo, Eufrates e Tigre. Nesta área o povo sumério começou o plantio de grãos, típicos da região (trigo, cevada, sorgo, entre outros), e com isso foi observado que estes grãos eram muito duros para se comer sem nenhum preparo. Sabendo disso, trataram de cozinha-los em água, com o intuito de amolecer, como acontecia com a carne. E deu certo, mas com isso também, foi observado que, dependendo do modo e do tempo em que eles ficavam armazenados, algumas propriedades mudavam, os grãos ficavam mais ou menos docinhos, as vezes a massa cozida crescia misteriosamente, e por muitas vezes essa sopa, se deixada muito tempo de lado, em temperaturas mais baixas, começava a se alterar. Um dia, de tanto tempo que ficara armazenada, também fermentou, igual ao mel diluído em agua. Alguém teve a brilhante ideia de separar o liquido da massa. Da massa, se esquentou novamente, deixando secar e viram que crescia, se fez o primeiro pão. Do liquido, deixado de lado por um bom tempo, se bebeu, e ali nascia a primeira cerveja. Já havia álcool em sua composição, mas era muito diferente do que conhecemos hoje, nem mesmo tinha gás, o odor não agradava muito, mas fez sucesso. Tamanho sucesso que o liquido era tido como sagrado, faziam rituais com ele, era altamente cobiçado.

Naquela época a caça era de total obrigação dos homens, e as mulheres ficavam próximas a cidade, cuidando dos filhos e das plantações. Então, elas manipulavam todo contato com os grãos. É correto dizer que tudo aponta que as mulheres foram responsáveis diretas por inventar a cerveja e o pão. Como podemos afirmar isso? Os sumérios veneravam seus deuses, e era natural eles associarem deuses e deusas com tarefas cotidianas. Ninkasi era o nome da deusa da cerveja suméria, tinha como tarefa preparar a cerveja todos os dias, para os demais deuses. Ninkasi tem um hino de veneração, que foi descoberto em escavações. O hino foi traduzido, nada mais é, que uma receita de cerveja, passada de geração em geração, para que não se perdesse a cultura do liquido sagrado, provavelmente descoberto pelas mulheres sumérias. Este hino se encontra hoje, em exposição no museu do Louvre, em Paris.

 
 
 

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Matheus Felipe Braga

Idealizador e editor do Diário do Cervejeiro, Sommelier de Cervejas, Cervejeiro Profissional Formado, Engenheiro de Produção.

matheuscervejeiro@gmail.com

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